terça-feira, 12 de abril de 2011

Sou um olhar passado, presente e futuro.


Parafraseando a canção de Luiz Gonzaga: minha vida é olhar por este país, para ver se um dia descanso feliz. O que dizer de mim que tão pouco vivi? Não posso me definir, pois a cada dia morro e renasço outra. Sei que já vi muitas coisas e espero ter a chance de ver outras tantas. Durante os momentos em que mantenho meus olhos abertos tento capturar em cada olhar que passa por mim algo que não conheço, ou pelo menos reconhecer algo que já vivi. Muitas vezes me decepciono, assim como muitas vezes me encanto.
Olhar a vida detalhadamente não é entendê-la, é simplesmente desejar isso. A cada olhar triste me torno mais humana, e a cada olhar feliz mais esperançosa. Sinceramente, não estou convicta de que consigo decifrar o quão real é o olhar de alguém, até mesmo o meu. Mas tenho por felicidade ou infelicidade, a sensibilidade de sentir e "carregar" comigo os olhos dos que olhei. É simples explicar isso: quando olhei os olhos de uma mulher vermelhos e marejados, percebi que ela sofria; quando deixei de olhar os olhos de alguém, percebi que ele se fora; quando olhei olhos contentes ou entusiasmados, percebi que estava no caminho certo; quando olhei meus olhos confusos e assim como os da mulher, vermelhos e marejados, percebi que também podia sofrer. 
Enfim, poucas coisas me restam a dizer de minha vida que ainda tem muito tempo, espero eu, para ser aproveitada. Basta-me concluir, temporariamente, que sou um olhar passado fundido ao olhar presente projetando um grande olhar futuro.

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