domingo, 28 de agosto de 2011

21 anos desfeitos

Há pouquíssimos meses encontrei Google a dentro, um dito de Rubem Alves a respeito de aniversário. Li e achei perfeito. Decidi me enviar por e-mail informando no assunto para eu abrir apenas no dia em que eu morresse mais um ano, ou seja, quando completasse 21 anos a menos de minha vida.

"A celebração de mais um ano de vida é a celebração de um desfazer, um tempo que deixou de ser, não mais existe. Fósforo que foi riscado. Nunca mais acenderá. Daí a profunda sabedoria do ritual de soprar as velas em festa de aniversário. Se uma vela acesa é símbolo de vida, uma vez apagada ela se torna símbolo de morte."
De uns tempos pra cá, a data deixou de ser comemorativa para se tornar uma época de: os anos estão indo e eu estou aqui do mesmo jeito. Obviamente não é bem assim, mas são momentos de dramatização, e eu adoro abusar da minha melancolia. Hoje mesmo, um dia especialmente especial e que definitivamente foi proveitoso e cheio de amor, acabou-se quando eu coloquei meu querido Lenine pra tocar: O silêncio das estrelas. Sentindo a musica em mim percebi que me encaixo cada vez mais no poema de Vinicius de Moraes, que diz: “É claro que a vida é boa, e a alegria, a única indizível emoção. É claro que te acho linda em ti bendigo o amor das coisas simples. É claro que te amo e tenho tudo para ser feliz. Mas acontece que eu sou triste...”.
Ser triste não é necessariamente algo ruim. É até gostoso de sentir, muitas vezes inspirador. Quando é algo que dói muito, eu passo a pensar que é algo mais que tristeza, é, como bem disse Drummond, um sentimento de mundo.
Viver é mesmo morrer! De fato, o tempo nos foge. O jeito é, mesmo, o tal do carpe diem.
Seguindo os conselhos acima, fui deliciosamente obrigada a comemorar meus anos que se passaram. Não vou ser a chata, não é mesmo?! Se for pra apagar a vela, o sopro restante de vida, que seja ao lado de amigos, família, amantes.
Segue abaixo um presente do meu amigo Maurício Dias (obrigada!): 

Descrição

Escolho atentamente, dentre palavras
Que saltam em minha frente
Para compor esta obra
Em homenagem a você.

Posto uma a uma
Neste escrito
E me vem à mente
O seu lindo sorriso.

Formo versos a verso
Com cuidado e cautela
Não excluo a ideia: És bela.
Imagino como num quebra-cabeça
As palavras a se encaixar...
De uma coisa lembrei!
O teu meigo olhar.

O que tens em demasia,
Em seu exterior,
É quão grandioso
No interior.

Delicada por dentro.
Delicada por fora.
O que segredava, digo.
Te invejam as rosas.

Escolhi atentamente
Mas ainda sim não percebera
Que até as mais lindas palavras
São poucas e pequenas para descrevê-la.

                                          

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